Novo Enem: descubra o que irá mudar no formato das provas aplicadas a partir de 2024

Segundo o Ministério da Educação, […]

18 de janeiro de 2023

Segundo o Ministério da Educação, em 2022, 3.396.632 pessoas se inscreveram para realizar o Exame Nacional do Ensino Médio, mais conhecido como Enem. A prova, que é aplicada em dois dias, foi instituída em 1998 e, desde então, tem se consagrado como uma das maiores portas de entrada para as universidades mais concorridas e país. Aliás, vale lembrar que no início de sua trajetória, o exame tinha como papel principal servir de complemento para os vestibulares tradicionais, passando a ocupar um novo espaço à medida que amadureceu e provocou novas dinâmicas por parte das próprias instituições. E, para se ter uma ideia do passado de robustez do Enem, em 2014, tivemos o maior ciclo de todos os tempos: 8.722.290 estudantes se inscreveram para realizar a prova!

Mas afinal, o que é o Exame Nacional do Ensino Médio?

Esta prova tem o objetivo de avaliar o desempenho escolar dos alunos ao término da educação básica. Apesar de ter sido criado em 1998, somente em 2009 passou a ser utilizado como ferramenta de acesso à educação superior. Ainda na linha do tempo, em 2020, os estudantes passaram a poder escolher entre duas modalidades: o exame impresso ou o Enem Digital, sendo uma prova aplicada em computadores e em locais definidos pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira).

Atualmente, as notas do Enem podem ser utilizadas para inúmeras finalidades:

● Acesso ao Sistema de Seleção Unificada – Sisu
● Acesso ao Programa Universidade para Todos – ProUni
● Solicitação de apoio para financiamento estudantil em programas do Governo, como o Fundo de Financiamento Estudantil – Fies
● Acesso a universidades internacionais
● Ingresso em universidades privadas por meio de bolsas de estudo
● Avaliação do desenvolvimento dos estudantes brasileiros

Porém, quem pode participar?

Qualquer pessoa que já finalizou o Ensino Médio ou está concluindo essa etapa pode realizar o Enem. Aqueles que ainda não concluíram essa última etapa da educação básica têm a oportunidade de participar do exame como “treineiros” e seus resultados servem somente para autoavaliação e preparação para a prova efetiva.

Aliás, o exame demanda quatro áreas de conhecimento:

● Linguagens, códigos e suas tecnologias
● Ciências humanas e suas tecnologias
● Ciências da natureza e suas tecnologias
● Matemática e suas tecnologias

Ao todo, a prova soma 180 questões objetivas e os participantes ainda devem realizar uma redação dissertativa-argumentativa a partir de uma situação-problema.

Mas é exatamente nesse ponto que queremos chegar: o Novo Enem, modelo revisado do Exame Nacional do Ensino Médio que será aplicado a partir de 2024, será composto por questões objetivas e dissertativas.
No entanto, essa não é a única mudança. Por conta das novas diretrizes do Novo Ensino Médio, o Ministério da Educação reformulou a avaliação. Confira!

No primeiro dia de prova, o conteúdo exigido abordará as competências e habilidades da formação geral básica, com ênfase em português e matemática por meio de questões objetivas e a tão falada redação. Já no segundo dia, os inscritos irão se deparar com questões em inglês, questões objetivas e discursivas conforme blocos de conhecimentos específicos escolhidos pelo candidato de acordo com o curso que pretende realizar no ensino superior.

Para melhor compreensão, vale conferir a matriz a seguir:

Sendo assim, já no momento de realizar a inscrição será necessário que o candidato escolha a área da prova que fará no segundo dia, tornando indispensável ter em mente um curso superior ou, pelo menos, uma área de preferência: exatas, humanas, biológicas ou linguagens e artes.

Desta maneira, se o aluno decidir cursar uma faculdade de humanas, como Jornalismo, por exemplo, terá que optar pelo bloco 1 (Linguagens e suas Tecnologias + Ciências Humanas e Sociais Aplicadas). Já para cursos da área da saúde, o estudante seguirá com o bloco Ciência da Natureza + Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. A seleção dos blocos não influenciará somente nas questões, mas também no acesso ao Sisu, o Sistema de Seleção Unificada, neste caso, o candidato poderá concorrer a cursos que pertencem ao respectivo bloco de provas do Enem. E temos uma boa notícia para os alunos que se formaram no ensino técnico e realizarão a prova: o novo modelo prevê um bônus na nota final de acordo com o vínculo entre a sua formação técnica e o curso escolhido para a sua formação superior.

Os outros dois programas que utilizam a nota do Enem, o ProUni e o Fies, também podem sofrer a mesma alteração mas, até o momento, não há nenhuma confirmação. Na opinião de Leonardo Rabelo, Gerente de Serviços Educacionais da Santillana Educação, trata-se de uma etapa importante para essa iniciativa que atravessa os anos e busca acompanhar as novidades em Educação. “Quando o Enem surgiu, muitos não lhe deram o devido valor, mas sempre houve uma corrente que apostava na maturidade e na evolução dessa proposta de avaliação que foge dos modelos mais convencionais. Outra vez temos a oportunidade de comprovar que o Enem é vivo e está aberto para as novidades. Os reflexos dessa modernização com certeza irão ultrapassar a própria prova e trarão efeitos nas instituições de ensino – das escolas às universidades”, avalia.

Por último, mas não menos importante, a nova estrutura do Enem propõe uma transição tecnológica gradual, cuja prova poderá ser realizada em plataformas digitais. Com isso, o processo de correção passará a ser automatizado e muito mais preciso, além de facilitar a divulgação dos resultados. Mas, para que esse progresso aconteça, deve ser garantido acesso para todos os estudantes. Sendo assim, as provas serão mantidas de forma física até que todos os alunos sejam contemplados com a tecnologia.

E aí, o que achou?

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