Interacionismo: aprendendo com a interação!

Baseado nas ideias de pensadores clássicos da área educacional como Vygotsky, o interacionismo é uma vertente pedagógica que trabalha com foco nas interações sociais.

Destacando a importância dessa prática para o processo de aprendizagem, o interacionismo entende que o conhecimento é construído através da colaboração, do diálogo e da troca de experiências,

Para essa abordagem pedagógica, a sala de aula deve ser um espaço dinâmico, que envolva alunos e professores em práticas que desenvolvem o pensamento crítico e a reflexão, construindo o saber em conjunto.

Neste artigo vamos falar tudo sobre essa abordagem pedagógica, explicando a origem do interacionismo, quem foram os seus principais pensadores, quais são as suas vantagens para a sala de aula, além de trazer dicas de como aplicar essa prática no contexto escolar. Confira!

O que é interacionismo?

De acordo com um dos fundadores dessa abordagem pedagógica, o psicólogo bielo-russo Lev Vygotsky, o interacionismo é uma prática que traz luz para a importância da interação entre o indivíduo e a cultura para promover o seu desenvolvimento.

Para o interacionismo, o aprendizado ocorre em momentos de contato social e mediação cultural, em espaços onde as experiências são compartilhadas e o conhecimento é construído em conjunto, ao mesmo tempo em que as habilidades cognitivas se desenvolvem.

No contexto escolar, o interacionismo valoriza os conhecimentos prévios dos alunos para facilitar a construção de novos saberes. Promovendo a interação das vivências do estudante com o processo educativo, os alunos são estimulados a colaborar entre si, criando ambientes ideais para o desenvolvimento com empatia e respeito mútuo.

Origem do interacionismo

A história e origem do interacionismo estão diretamente ligadas ao trabalho de Vygotsky, que destacou em sua trajetória a importância da interação para o desenvolvimento humano.

Para o psicólogo, as experiências culturais têm um impacto muito importante na forma como as pessoas compreendem a realidade à sua volta, por isso a interação é tão essencial para o nosso desenvolvimento.

A partir desses pensamentos, a necessidade de uma abordagem pedagógica que envolvesse a interação no processo de aprendizagem se tornou cada vez mais urgente, dando origem ao interacionismo..

Nessa vertente de ensino, a dinâmica deixa de ser unilateral e centrada na figura do professor, como acontece nos métodos tradicionais de ensino, dando lugar para a realidade dos estudantes.

Promovendo um aprendizado mais significativo e relevante para o estudante, o engajamento deles se torna maior, fazendo dos alunos agentes ativos na construção do seu conhecimento em contato com experiências e contextos culturais diversos.

Principais pensadores do interacionismo

Além de Vygotsky que já citamos por aqui, outro nome muito importante para a compreensão e evolução da abordagem do interacionismo é do pensador suíço Jean Piaget.

O trabalho de Piaget contribui muito para a compreensão sobre o desenvolvimento cognitivo das crianças. Nas ideias de Piaget, as crianças passam por estágios de desenvolvimento que se beneficiam especialmente da interação com o ambiente e as pessoas ao seu redor, construindo conhecimentos através do contato com novas experiências.

Interacionismo e sociointeracionismo

Como já destacamos, o interacionismo e o sociointeracionismo são abordagens que se complementam, destacando a importância da interação social e cultural no desenvolvimento humano.

Por um lado, o interacionismo foca na dinâmica das interações entre as pessoas e o seu ambiente, enquanto o sociointeracionismo amplia essa visão, considerando a colaboração e a cultura na construção do conhecimento.

No sociointeracionismo, a aprendizagem acontece em um contexto social, através de ferramentas culturais essenciais como a linguagem. Nesse cenário, a zona de desenvolvimento proximal é um conceito fundamental, que destaca a importância da interação com pessoas mais experientes para expandir as habilidades do aprendiz.

Na linha do pensamento construtivista, Piaget também fala sobre a importância das interações na abordagem dos estágios do desenvolvimento cognitivo. 

Nessas teorias, as práticas educativas são voltadas a estimular habilidades socioemocionais e incentivar o protagonismo do aluno na aprendizagem.

Proposta pedagógica interacionista

De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil do MEC,a metodologia interacionista deve priorizar a interação entre o estudante e o seu contexto individual e coletivo, permitindo o desenvolvimento de uma aprendizagem mais relevante.

O interacionismo valoriza a diversidade das experiências dos estudantes, buscando garantir a igualdade de oportunidades e acesso de todos, a um ambiente educativo inclusivo e estimulante.

Essa proposta pedagógica incentiva a construção de novas dinâmicas sociais, encorajando a colaboração e interação entre diferentes pessoas e contextos. 

Nessa linha, o interacionismo destaca a importância da parceria com as famílias, criando comunidades acadêmicas com presença ativa dos pais na educação dos filhos.

Quer descobrir outras formas de trazer a interação para a educação? Conheça mais sobre a multidisciplinaridade, uma abordagem que valoriza as perspectivas de diferentes disciplinas em uma mesma atividade.

Vantagens do interacionismo

Entre as vantagens que a abordagem do interacionismo traz para a prática pedagógica, podemos destacar:

• promove uma aprendizagem significativa conectada com a realidade dos alunos;
• respeita os conhecimentos prévios dos estudantes;
• permite que os alunos construam novos saberes integrando suas experiências e contextos;
• estimula o desenvolvimento de habilidades socioemocionais para a formação de indivíduos mais conscientes e empáticos;
• constrói um ambiente escolar colaborativo onde os espaços são ambientes de aprendizagem;
• faz do aluno o protagonista do seu próprio aprendizado;
• envolve o aluno ativamente na construção do conhecimento;
• favorece uma educação mais dinâmica e inclusiva, alinhada às necessidades e interesses dos alunos;
• promove um aprendizado que vai além da sala de aula e se reflete nas vidas pessoais e sociais dos alunos.

Como aplicar o interacionismo na sala de aula?

Para aplicar o interacionismo na sala de aula podemos listar algumas dicas importantes, como:

• criar um ambiente para a interação entre alunos e professores;
• favorecer a aprendizagem colaborativa;
• praticar a interação como elemento central;
• promover a troca de experiências;
• promover a construção conjunta do conhecimento.

Nesses moldes, podemos apresentar algumas dinâmicas e atividades interessantes para colocar o interacionismo em prática na sala de aula.

Círculo de Debate: atividade onde os alunos trazem temas de sua realidade para discussão, incentivando a reflexão crítica. Nesse círculo, os professores são mediadores, que orientam o diálogo e estimulam o questionamento.

Aprendizagem Baseada em Projetos: nessa dinâmica, grupos de alunos desenvolvem soluções para problemas reais que eles encontram nos seus ambientes pessoais. Assim, é possível reforçar a colaboração e internalização do conhecimento.

Em todas as práticas, é importante sempre pensar que, no interacionismo, a sala de aula é um espaço de construção coletiva do saber.

O interacionismo é uma ferramenta valiosa no processo educativo, mas não é a única! Aproveite para saber mais sobre a teoria de Maslow que impacta diversas áreas, incluindo a educação.

Conclusão

Ao longo desse texto foi possível aprofundar os nossos conhecimentos sobre essa interessante vertente pedagógica chamada de interacionismo.

Fortalecido pelos pensamentos de pensadores como Vygotsky e Piaget, o interacionismo vai falar sobre a importância das interações sociais no processo de aprendizagem, considerando que o conhecimento é construído com colaboração, diálogo e troca de experiências.

Para a prática interacionista, as salas de aula estão em todos os lugares, devendo ser espaços dinâmicos onde alunos e professores se engajam em atividades que estimulam a reflexão crítica e a construção conjunta do saber.

Vimos que o interacionismo se difere dos métodos tradicionais de ensino, uma vez que nessa abordagem pedagógica o foco não está no professor, e sim na realidade vivida pelos estudantes, que são protagonistas da construção do seu próprio saber.

Além de fortalecer laços comunitários e enriquecer o processo de ensino-aprendizagem, o interacionismo é uma prática pedagógica que sustenta um desenvolvimento educacional integral e equitativo.