A influência das redes sociais na escolha profissional dos jovens

Segundo a pesquisa TIC Kids […]

21 de junho de 2023

Segundo a pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021, publicada em 2022, 78% das crianças e dos adolescentes brasileiros usaram redes sociais em 2021. Os dados retratam o cotidiano de jovens com idades entre 9 e 17 anos, apontando para um aumento de 10% em relação ao mesmo relatório de 2019. Este é apenas um dos indicadores que nos permitem dizer que, por aqui, os jovens estão cada vez mais conectados e usufruindo da tecnologia para as mais variadas finalidades, do entretenimento aos estudos.

Entre os pontos que mais chamam atenção:

● O Instagram era utilizado por 62% das crianças e dos adolescentes
● O TikTok registrou 58% dos usuários estudados
● O WhatsApp foi a plataforma de mensagens mais usadas, chegando à marca de 80% em 2021 — até 2018, era apenas 70%
● 51% dos jovens conectados leram e/ou assistiram, na internet, conteúdo classificado como notícias
● 76% dos entrevistados para a realização da pesquisa TIC Kids Online Brasil 2021 navegaram na rede para fazer pesquisas para trabalhos escolares

Analisando os números listados acima, entendemos que a era digital chegou para ficar e que, de fato, mudou a maneira com que nos relacionarmos, buscamos informações e criamos momentos de descontração. Mas a tecnologia não trouxe transformações somente nessas esferas, ela também influencia totalmente a escolha profissional dos jovens, deixando para a história o papel dos guias impressos encontrados em bancas de jornal.

Em 2022, a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais calculou que em cinco anos serão criados quase 800 mil novos postos de trabalho na área de tecnologia, mas o Brasil forma pouco mais de 53 mil profissionais de tecnologia por ano, o que, de saída, deve abrir um déficit de 532 mil pessoas para trabalhar na área. Ou seja, teremos mais vagas abertas do que profissionais aptos para atuação. Com isso, é possível prever que um grande número das crianças e dos adolescentes que, hoje, utilizam a tecnologia para uso pessoal, terão a oportunidade de trabalhar no mercado de tecnologia por terem uma grande gama de oportunidades e, também, por fazerem parte de uma geração que já está inserida no mundo tech desde cedo.

Mas ter um alto número de vagas abertas na área de tecnologia não é o único motivo que leva os jovens a moldarem seus olhares profissionais. Crescer no mundo tecnológico, digitalizado e que apresenta inúmeras pautas relevantes todos os dias faz com que as crianças e os adolescentes se tornem profissionais muito mais atentos a assuntos como sustentabilidade, autonomia, liberdade, diversidade e flexibilidade, temas que são discutidos constantemente nas redes sociais e que acabam formando opiniões.

Segundo um relatório da plataforma Glassdoor, a Geração Z está cada vez mais em busca de funções menos técnicas e mais criativas e com propósito. De acordo com outro levantamento, o Career Interest Survey 2022, os jovens priorizam o tratamento justo de todos os funcionários, qualidade de vida e flexibilidade, além de responsabilidade social corporativa.

No Brasil, por exemplo, segundo a Accenture, 88% dos jovens entre 15 e 39 anos querem trabalhar na chamada economia verde, independentemente do setor, nos próximos dez anos. Profissões como Engenheiro de Biocombustível e Desenvolvedor de Software Verde são algumas das carreiras mais desejadas pelos futuros profissionais.

Concluímos que a tecnologia em si não é o único fator que molda a ambição de carreira. Apesar dos cargos que envolvem a digitalização serem promissores e, com isso, buscados pelos jovens, temáticas que antes não eram tão valorizadas pelas gerações passadas, hoje, são primordiais para a escolha de uma profissão.

O que hoje é visto como trends, assuntos mais comentados no Twitter e postagens no Instagram, podem se tornar valores e crenças que devem fazer parte do dia a dia do profissional do futuro.

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